Cidade é a primeira da América do Sul a registrar, diretamente, emissão do gás que provoca o aquecimento global
Claudia Parente
Uma das estações foi instalada no Parque Dona Lindu, em Boa Viagem Sérgio Bernardo/ JC Imagem |
Segundo a secretária de Meio Ambiente do Recife, Cida Pedrosa, os equipamentos estão em atividade há 40 dias. “Há dois meses, um grupo de franceses esteve aqui para identificar os melhores locais para instalação”, conta. A escolha de áreas opostas tem uma explicação simples. No Parque Dona Lindu, as antenas vão captar os ventos mais puros, vindos do oceano. Quando esses ventos chegam a Dois Irmãos, já terão atravessado a cidade e incorporado partículas do dióxido de carbono (CO2), principal vilão do aquecimento global, liberado pelos combustíveis fósseis. O equipamento funciona de maneira automática e contínua, fazendo a análise do ar constantemente.
Os dados coletados serão usados pelo laboratório francês para criar um modelo matemático representativo do que acontece na natureza, segundo a diretora-presidente da CPRH, Simone Souza. “O objetivo é montar cenários futuros, mostrando o impacto que as emissões de CO² podem causar no clima”, explica Simone, doutora em tecnologia ambiental e recursos hídricos. Ela adianta que, depois de identificar onde se concentra a poluição, será possível levar os resultados de um local para outro, expandindo a pesquisa para a Região Metropolitana. “Em uma segunda etapa do projeto, vamos definir a criação de uma rede de monitoramento”, informa.
Apesar de a metodologia usada ser diferente, a Prefeitura do Recife vai utilizar as informações para comparar com o inventário de carbono da cidade, elaborado no ano passado. O inventário estimou as emissões com base no consumo de produtos como combustíveis, por exemplo.
Segundo a secretária Cida Pedrosa, o Recife foi escolhido pelos franceses para essa experiência porque tinha, além do inventário, um Sistema Municipal de Unidades Protegidas e vai lançar, em breve, o Plano Municipal de Baixo Carbono, instrumento para nortear todas as ações mitigadoras. “Com essas novas informações, poderemos formular políticas públicas mais efetivas para combater o aquecimento”, acredita.
O resultado dessa pesquisa pioneira será apresentado na Conferência das Partes da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima (COP 21), realizada em dezembro, em Paris, França. Os equipamentos ficam instalados no Recife até setembro.
Fonte: http://jconline.ne10.uol.com.br/canal/cidades/cienciamambiente/noticia/2015/06/14/recife-mede-indice-de-gas-carbonico-no-ar-em-tempo-real-185715.php
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