Publicação: 19/02/2014 10:26 Atualização: 19/02/2014 17:14
Diogo Nogueira, Alcione, Roberta Sá e Martinho da Vila cantaram durante quase duas horas. Foto: Leo Aversa/Reprodução
Durante quase duas horas, os artistas interpretaram, ora individualmente ora em conjunto, clássicos como A voz do morro (Zé Keti), Não deixe o samba morrer (Edson e Aloisio), Mulheres (Toninho Gerais), O mundo é um moinho (Cartola), Sou eu (Ivan Lins e Chico Buarque), O que é o que é (Gonzaguinha), Casa de bamba (Martinho da Vila), Feitiço da vila (Noel Rosa e Vadico), entre outros, num total de 27 marcantes canções da nossa música.
O quarteto foi acompanhado por uma coesa e competente banda formada por 19 músicos, todos elegantemente vestidos de preto. Na verdade, poderíamos chamá-la de orquestra mesmo com suas cordas dedilhadas (cavaquinho, violão), baixo elétrico, bateria, vocalistas de apoio, teclados, metais (trompete, sax e flauta), percussão (surdo, caixa e pandeiro) e até uma seção de instrumentos eruditos (dois violinos, uma viola e um violoncelo). De certa forma, todo esse aparato instrumental retrata a evolução e o nível de elaboração e lapidamento pelo qual o estilo passou durante seus quase 100 anos de vida (a serem completados em 2016).
Artistas como Roberta Sá também interpretaram clássicos individualmente. Foto: Leo Aversa/Reprodução
Um telão instalado ao fundo do palco exibia imagens produzidas recentemente com pessoas de diferentes faixas etárias sambando com destreza e graça. A plateia vibrava com os passistas. Em outros momentos do espetáculo, a tela era preenchida com gravações antigas e em preto e branco de festas, encontros em bares e ensaios de escolas de samba. O figurino dos cantores completava o espetáculo visual. "Rildo Hora (compositor nascido em Caruaru) já dizia que o samba quer ser visto como uma coisa rica e luxuosa", comentou a muito simpática Roberta Sá, já no pós-show em seu camarim, ainda trajando um bonito vestido azul e branco que cobriu seu esbelto corpo durante o espetáculo.
Com direção de Monique Gardenberg e Alceu Maia, com curadoria do jornalista Hugo Sukman, o Nivea Viva o Samba é montado em cima de canções que expressam a riqueza de temas encontrados em composições criadas há décadas em sua maioria. Nessas letras, podemos ouvir histórias sobre o cotidiano de comunidades, exaltação a grandes amores, tentativas de cicatrizar feridas, críticas sociais, religiosidade e até questões existenciais (o que estamos fazendo neste mundo, qual o sentido da vida, o que é felicidade).
Um porém: como a projeto visa exaltar o samba como um todo, teria sido interessante acrescentar canções de autores ligados a tradições de outros estados a exemplo de Adoniran Barbosa, Paulo Vanzolini e Geraldo Filme - mestres do samba paulista.
O repórter viajou a convite da produção do projeto
Fonte: http://www.diariodepernambuco.com.br/app/noticia/viver/2014/02/19/internas_viver,490264/abertura-do-nivea-viva-o-samba-empolga-e-emociona-no-rio-de-janeiro.shtml
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