domingo, 14 de dezembro de 2014

Exposição itinerante de fotografia revela histórias de catadoras de lixo

Parte do Relix, a mostra fotográfica tem imagens de Helder Ferrer e circula no Parque da Jaqueira, no 13 de Maio e no Dona Lindu


Do JC Online
Foto: Helder Ferrer/Divulgação
Quando começou a visitar cooperativas de coleta e reaproveitamento do lixo, convidado pelo projeto Relix, o fotógrafo Helder Ferrer notou uma singularidade: a maioria desses coletivos era coordenado por mulheres. O ensaio fotográfico que ele pretendia fazer se transformou, assim, em uma série de retratos dessas líderes, mostrando elementos do seu cotidiano e contando sua história. O resultado pode ser conferido a partir deste domingo (14/12) em uma exposição itinerante nas Ciclolix (bicicletas coletoras criadas pelo projeto), que vão passar pelo Parque da Jaqueira, às 11h, pelo Parque 13 de Maio, às 14h30 e às 16h, e Parque Dona Lindu, às 18h30.

A iniciativa, idealizada por Lina Rosa, patrocinada pelo Serviço Social da Indústria em Pernambuco (Sesi/PE) e com apoio da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Semas), vem criando músicas, quadrinhos, calendário e até teatro a partir do universo da coleta. Nos três parques que recebem hoje a exposição itinerante, a peça Espetaculix também será apresentada. O texto fala sobre lixões e sobre o compromisso de cada cidadão na coleta, valorizando o papel do catador. Já são 150 encenações em escolas e indústrias de todo o Estado.

A exposição de Helder, intitulada de Catadoras, é composta por 25 imagens. “Nessas passagens pelas cooperativas, a primeira coisa que me chamou atenção é que as mulheres comandam esse setor. Decidi então que seria um olhar do feminino no processo”, explica. “Também foi um trabalho com a autoestima delas. Apesar de estarem no lixão, vi que as catadoras são também vaidosas: usam maquiagem, têm um brinco, estão com uma fivela no cabelo.”

O resultado são fotos que registram a realidade delas, mas também são convites para conhecer a história de vida de cada uma das retratadas. “Elas sofrem muito preconceito, mas foi muito legal superar essa barreira. No fim, sempre posavam com uma postura muito alegre e com dignidade. Aprendi muito com essa troca, foi extremamente gratificante”, conta o fotógrafo.

Depois de circularem juntas hoje, cem Ciclolix serão doadas para as cooperativas que fazem parte do Relix e as fotografias vão poder ser vistas circulando pelo Região Metropolitana do Recife. O site do projeto –www.projetorelix.com.br – também vai reunir as imagens, junto com o restante das atividades realizadas.

Fonte: http://jconline.ne10.uol.com.br/canal/cultura/artes-plasticas/noticia/2014/12/14/exposicao-itinerante-de-fotografia-revela-historias-de-catadoras-de-lixo-160324.php

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